quinta-feira, 30 de maio de 2019

A Revolta da Chibata


¢A REVOLTA DA CHIBATA – RJ, 1910

üOs membros da Marinha eram na maioria ex - escravos, recém-libertos

üQualquer indisciplina era punida com CHIBATADAS

üOs soldados recebiam baixos soldos

üNa madrugada de 22 de novembro de 1910 os marinheiros do encouraçado “Minas Gerais” se rebelaram

¢JOÃO CÂNDIDO - LÍDER

¢O estopim se deu após assistirem o castigo do marujo Marcelino Rodrigues Menezes, açoitado até desmaiar com 250 chibatadas (o normal eram 25) por agredir um oficial.

¢O levante foi liderado pelo experiente João Cândido Felisberto, marujo negro e analfabeto. O motim terminou com a morte do comandante do navio e mais dois oficiais, os quais não aceitaram abandonar a nave de guerra.

¢Nesta mesma noite, juntou-se ao motim o Encouraçado "São Paulo". Nos dias seguintes, outras embarcações aderiram ao movimento, como o "Deodoro" e o "Bahia", naves de guerra de grande porte.

¢Por sua vez, no Rio de Janeiro, o presidente Hermes da Fonseca tinha acabado de tomar posse e enfrentava sua primeira crise. Os navios rebeldes bombardearam a cidade do Rio de Janeiro para demonstrarem que não estavam dissimulando.


ENCOURAÇADO SÃO PAULO

Em carta ao governo, os revoltosos solicitavam:

¢o fim dos castigos físicos;
¢melhores condições de alimentação e trabalho;

¢anistia para todos envolvidos na revolta.
¢Assim, no dia 26 de novembro, o presidente Marechal Hermes da Fonseca acatou as reivindicações dos amotinados, encerrando aquele episódio da revolta.

Fim da Revolta:

¢Os marinheiros foram presos na Ilha das Cobras sede do Batalhão Naval. Sentindo-se traídos, os marinheiros se amotinaram, em 9 de dezembro de 1910.
¢A resposta do governo foi dura e a prisão foi bombardeada e destruída pelo exército, matando centenas de fuzileiros navais e prisioneiros.
¢Os amotinados, totalizando 37 pessoas, foram recolhidos a duas prisões solitárias, onde morreram sufocados. Somente João Cândido e outro companheiro de luta sobreviveram.

¢Como saldo, o conflito deixou mais de duzentos mortos e feridos entre os amotinados, dos quais cerca de dois mil foram expulsos após a revolta. Na porção legalista, morreram cerca de doze pessoas, entre oficiais e marinheiros.

¢Quanto ao líder, João Cândido, após sobreviver á prisão e ter sido inocentado, ele foi considerado desequilibrado e internado num hospício. Por sua audácia, a imprensa da época o chamou de Almirante Negro.

¢Ele seria absolvido das acusações de conspiração em 1º de dezembro de 1912, mas foi expulso da Marinha.
¢Sobreviveu como pescador e vendedor até que o jornalista Edmar Morel resgatou sua história do esquecimento e lançou o livro "A Revolta da Chibata", em 1959.
¢Somente em 23 de julho de 2008, o governo brasileiro entendeu que as causas da revolta eram legítimas e concedeu anistia aos marinheiros envolvidos.


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