A ESCRAVIDÃO NO BRASIL (2º Anos)
Prof. Willyan
A escravidão no Brasil se
consolidou como uma experiência de longa duração que marcou diversos aspectos
da cultura e da sociedade brasileira. Mais que uma simples relação de trabalho,
a existência da mão de obra escrava africana fixou um conjunto de valores da
sociedade brasileira em relação ao trabalho, aos homens e às instituições.
Nessa trajetória podemos ver a ocorrência do problema do preconceito racial e
social no decorrer de nossa história.Durante o estabelecimento
da colonização portuguesa, a opção pelo
trabalho escravo envolveu diversas questões que iam desde o interesse econômico
ao papel desempenhado pela Igreja na colônia. Sob o aspecto econômico, o
tráfico de escravos foi um grande negócio para a Coroa Portuguesa. Em relação à
posição da Igreja, o povo português foi impelido a escravizar os indígenas,
pois estes integrariam o projeto de expansão do catolicismo pelas Américas.No mundo do trabalho, a
escravidão fez com que o trabalho se tornasse uma atividade inferior dentro da
sociedade da época. O trabalho braçal era visto como algo destinado ao negro.
Mesmo grande parte da mão de obra sendo empregada em atividades que exigiam
grande esforço físico, outras tarefas também eram desempenhadas pelos escravos.
Os escravos domésticos trabalhavam nas casas enquanto os escravos de ganho
administravam pequenos comércios, praticavam artesanato ou prestavam pequenos
serviços para seus senhores.Mesmo a escravidão tornando-se
uma prática usual, não podemos nos esquecer das várias formas de resistência
contra a escravidão que aconteceram. O conflito direto, as fugas e a formação
de quilombos eram as mais significativas formas de resistência. Além disso, a
preservação de manifestações religiosas, certos traços da culinária africana, a
capoeira, o suicídio e o aborto eram outras vias de luta contra a escravidão.
Após a independência do Brasil
(1822), observamos que a escravidão se manteve intocada. O preconceito racial e
os interesses dos grandes proprietários de terras permitiam a preservação do
sistema escravista. Somente no Segundo Reinado (1821-1889) podemos contemplar a
formação de um movimento em prol da abolição. Em meio à ascensão do
abolicionismo, os interesses britânicos pela ampliação de seu mercado consumidor
em solo brasileiro e a imigração de trabalhadores europeus davam brecha para o
fim desse sistema.Durante o governo de Dom Pedro
II, várias leis de caráter abolicionista foram sendo aplicadas. A gradação da
política abolicionista traduzia o temor que certos setores da elite tinham em
um processo de abolição brusco capaz de promover uma revolta social. A lei
Eusébio de Queiroz, de 1850, foi a primeira a proibir o tráfico de escravos
para o Brasil. Somente quase quarenta anos depois, em 1888, a Lei Áurea deu fim
ao regime escravista brasileiro.Apesar do fim da escravidão, a
abolição não foi acompanhada por nenhuma ação no sentido de integrar o negro à
sociedade brasileira. A discriminação racial e a exclusão econômica persistiram
ao longo do século XX. Apesar de várias ações governamentais que atualmente
querem atenuar o peso dessa “dívida histórica”, ainda falta muito para que o
negro supere os resquícios de uma cultura ainda aberta ao signo da exclusão.
EXERCÍCIOS
1-
Que legado a
escravidão deixou para o Brasil atual? Explique.
2-
Por que os
portugueses decidiram utilizar o trabalho escravo? Explique.
3-
Quais foram as
formas de resistência a escravidão?
4-
O que foi a Lei Eusébio de Queiroz?
5-
O que foi a Lei
Áurea?
6-
(ENEM
– 2007) Para
responder observe com atenção a linha do tempo:
Considerando a linha do tempo acima e o processo de
abolição da escravatura no Brasil, assinale a opção correta.
(A) O processo abolicionista foi rápido porque recebeu
a adesão de todas as correntes políticas do país.
(B) O primeiro passo para a abolição da escravatura
foi a proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro.
(C) Antes que a compra de escravos no exterior fosse
proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos.
(D) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea
concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil.
(E) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de
Queirós bloqueou a formulação de novas leis antiescravidão no Brasil.
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